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Guia WONASA: Interpretação das características técnicas da Rocha Natural
Tempo: 2020-09-15    Ver: 1031    Burst: 

A rocha natural é um dos materiais de construção mais antigos que nos acompanha desde as nossas origens. No entanto, estranhamente, permanece desconhecido de muitas maneiras para a maioria de nós. Conhecer os materiais e compreender as suas características técnicas tornou-se indispensável para a indústria, uma vez que oferecer esta informação a todos os agentes interessados facilitará a sua utilização. O objetivo deste Guia é fornecer informações técnicas sobre a rocha natural, de modo a aumentar o conhecimento sobre ela, as especificações e o uso.



一 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DA ROCHA

Ao eleger um material precisamos conhecer suas capacidades que se adaptarão ao projeto. Deve-se levar em conta que todas as rochas têm usos possíveis, mas nem todas as rochas podem ser usadas para todas as aplicações. Para dar um exemplo: saber qual é o grau de absorção de água de uma rocha vai ajudar-nos a decidir se é válido ou não para utilização como material de revestimento numa piscina. Como saber quais são as características nas quais se deve focar uma rocha para um uso específico? Tentaremos agora resumi-las a seguir.



DE ONDE VÊM AS NORMAS QUE DEFINEM OS REQUISITOS DE UMA ROCHA PARA A CONSTRUÇÃO?

Os requisitos para uma rocha dependerão do país onde a rocha é encontrada ou do país do seu destino.

Podemos encontrar requisitos relacionados com o próprio material (granito, mármore, calcário, etc.) com os produtos de construção (telhas para pavimentos, lajes para fachadas, etc.) ou com o sistema construtivo utilizado.

COMO SABER QUAIS TESTES PRECISAM SER FEITOS NOS MATERIAIS?

É importante saber que, de um país para outro, os requisitos necessários, bem como os métodos de teste, podem variar consoante se chegue a um resultado.

Por exemplo, as normas ASTM indicam alguns valores mínimos para o tipo de rocha a ser examinada, no entanto, na maioria dos países europeus não há limite para os materiais, mas é regulamentado em função do uso que é feito do material.

Por outro lado, se falarmos dos métodos de teste, estes também podem variar de um país para outro. A título de exemplo, o método para determinar a resistência ao deslizamento de uma rocha é diferente se feito em Espanha (método do pêndulo) para o da Alemanha (método da rampa), para o dos EUA (método de deslize).



四 O QUE É A MARCAÇÃO CE OBRIGATÓRIA NA EUROPA?

A marcação CE indica que o fabricante do produto garantiu que as normas harmonizadas foram cumpridas. Até agora a marcação CE em rocha natural é obrigatória para calçadas, pavimentos e ladrilhos para pavimentos exteriores e interiores, lajes para fachadas, ladrilhos para revestimento de pavimentos e paredes e peças para fabricação de alvenaria, ou seja, paredes de cantaria e similares.

Os fabricantes precisam então implementar sistemas de controle de produção, fazer testes iniciais nos produtos e, com certa frequência, novos testes de controle.

Os resultados dos testes obtidos são incorporados em dois documentos: uma declaração de capacidades e a marcação CE é aposta nos produtos.



COMO PRODUTOR, O QUE É QUE SE TEM PARA DAR AOS CLIENTES?

Se alguém está vendendo dentro da UE, é preciso dar uma Declaração de Capacidades de seus produtos. Em outros países é preciso seguir as normas que podem ter efeito, mas, em todos os casos, é importante entender que é sempre necessário fazer testes com frequência dos materiais de rocha e isso deve estar disponível na forma de 'características técnicas' com pelo menos os resultados de teste mais importantes.



QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS ATUALMENTE CONSIDERADAS MAIS IMPORTANTES?

Em qualquer dado técnico de uma rocha recomenda-se que haja informação sobre alguns dos seguintes ensaios: resistência à flexão, resistência à compressão, absorção de água, densidade e porosidade. Existem outros testes importantes, mas que dependeriam da aplicação que está sendo feita da rocha, que podem ser testes de deslizamento, ou desgaste em um pavimento, ou testes de resistência ao gelo em climas frios. Tratamos agora dos testes que representam as características mais importantes para compreender a sua utilidade.



Analysis of important characteristics of stone

1 Resistência à Flexão

Digamos que a flexão é a deformação que pode ocorrer em qualquer elemento na direção perpendicular ao seu eixo longitud. Este tipo de stress é sofrido por azulejos ou lajes nas fachadas. O teste é feito com uma prensa que vai aumentando a carga sobre o material até à sua quebra.


Conhecer o valor da resistência à flexão é fundamental. Um número para a resistência de uma rocha por si só não indica que o material é "melhor ou pior" para uma determinada aplicação, mas é preciso calcular adequadamente as dimensões.

Na rocha natural, os valores de resistência à flexão podem variar muito de um material para outro. Por exemplo, alguns calcários ou arenitos podem dar valores de 2 a 3 Megapascals (MPa) e, por outro lado, ardósias podem dar valores que podem ir até 60 MPa, ou mais.

A tabela a seguir apresenta valores orientativos de resistência à flexão para diferentes tipos de cálculos:



2 Resistência à compressão

A carga de compressão representa a carga de achatamento, para isso o teste é importante para produtos de rocha que são instalados em grande escala, como paralelepípedos ou silhares para paredes. O teste é feito com uma prensa submetida a cargas que a achatam.



Como orientação, a tabela a seguir retrata os valores de resistência à compressão para diferentes tipos de rocha.


3 Absorção de água

A capacidade de absorção de água de uma rocha é especialmente importante para algumas aplicações.

Os valores de absorção de água atmosférica de rocha natural podem variar de quase zero, perto de 0% em alguns mármores e granitos, a valores de 10% ou mais para calcários não muito densos. A tabela abaixo mostra alguns valores comuns e orientativos



4 Densidade

A densidade da rocha é medida em quilogramas por metro cúbico de material. Quanto maior a densidade, menor é a percentagem de porosidade e maior a resistência e, normalmente, menor capacidade de absorção.

Dentro de cada variedade de rocha pode haver mais ou menos densas, mesmo assim pode-se fornecer, como exemplo, a seguinte tabela de valores:


5 Porosidade

A porosidade está intimamente ligada à densidade: quanto mais poros, menos denso é o material, ou seja, menos peso por unidade de volume.

A porosidade é dada em percentagem, podendo variar muito de um material para outro, desde menos de 1% até valores muito mais elevados para rochas muito porosas como calcários, travertinos e similares.



6 Resistência ao desgaste

O desgaste tem a ver com o tráfego sobre a superfície de uma telha ou pavimento. Existem várias formas de medir o desgaste. O método americano dá um resultado na forma de um índice ((Iw), outros métodos fornecem um resultado em milímetros. É uma característica importante a determinar quando se trata, por exemplo, de pavimentos com tráfego muito elevado, como centros comerciais, estações ferroviárias, aeroportos, etc.


7 Resistência ao deslizamento

É a capacidade de uma rocha resistir ao deslizamento de uma pessoa devido à superfície. Existem várias formas de medir, embora a mais utilizada seja o pêndulo de atrito, do qual se pode ver a imagem abaixo: A grande vantagem deste método é que se pode fazer testes no local, ou seja, fora do laboratório. Outros métodos, como o alemão, o da rampa, ou o utilizado nos EUA, o BOT 3000, também resultam úteis para determinar essa característica.

Dependendo do país de destino pode-se observar os requisitos. De um modo geral, na Europa, os valores de derrapagem superiores a 35 são considerados seguros contra o escorregamento. Se, pelo contrário, se medir com o método alemão, determinar-se-á o tipo de deslizamento( de R9 a R13). Nos EUA, ao contrário, mede-se o coeficiente de atrito dinâmico, com resultados entre 0 e 1.



Source:LITOS,the Natural Stone Industry Magazine of the World,The copyright belongs to the original author.

About the autor: Mrs. Eva Portas Fernández is a technical architect and has developed her professional career for more than 15 years in the natural stone industry. She has been Director of Quality in the testing laboratory of the Technological Centre of Granite in Porriño (Spain). Since 2018 she has been an independent consultan (STEINN)t, working on projects of special relevance and with different public sector and private institutions.

Acknowledegements: Thanks to Mr Reiner Krug of the German Stone Association (DNV) for his inputs.

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